Thursday, December 28, 2006


Pronuncio o teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

Pronuncio o teu nome,
nesta noite escura,
e o teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra vida me espera?
Será tranquila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!

(Garcia Lorca)