Tuesday, January 09, 2007


Esperava-te sempre ao final de mais um dia de trabalho.
Trepava para cima do frigorífico e ficava a olhar pela janela. Ali em cima conseguia ver melhor quando chegavas à Graça.
Esperava-te sempre, enquanto a ansiedade me encolhia o corpo, me tornava cada vez mais pequeno a cada minuto que passava e não te via chegar.
Nos meus olhos já crepitava o nosso reencontro, o nosso abraço beijado e as nossas conversas ao jantar.
Sabia que ias chegar nervosa, angustiada com o pensamento de não teres dado o teu melhor na redacção. Das discussões e dos mil-e-um obstáculos que enfrentavas em cada reunião e telefonemas que tinhas que fazer. E o que me dava mais prazer era saber que eu estaria ali, para ajudar-te a esquecer os teus maus momentos. Sempre soube que contavas comigo e eu gostei sempre de te fazer rir, sabia que isso alivia-te o stress. E a doçura do teu olhar renascia. Para mim, o meu dia começava aí de verdade, isso fazia-me feliz.
Esperava-te sempre, às vezes horas, e só quando chegavas é que eu me sentia em casa.
E voltava ao meu tamanho normal.