Thursday, June 28, 2007


A semana ainda não terminou para mim, está a ser a maior semana de trabalho da minha vida, uma semana que leva já 21 dias ininterruptos. E não dá sinal de abrandar.
O cansaço, os milhares de quilómetros percorridos e os sucessivos obstáculos nos trabalhos preenchem cada músculo do meu corpo. Até o olhar me pesa. Já me esqueço dos nomes de pessoas próximas, paro cada vez com mais frequência para dormitar uns minutos nas áreas de serviço, os movimentos do meu corpo tornam-se cada vez mais estranhos. Sinto-me deformado com a exaustão.
Quando finalmente chego a casa, a sensação é a mesma quando paro num parque de estacionamento qualquer, a altas horas da noite ou a meio da tarde, para dormir uma hora encostado ao volante. Um local de passagem e descanso breve.
E sinto um anormal conforto por tudo isto, pela fuga do pensar do que eu antes era, de tudo o que eu pensava existir na minha vida há alguns meses atrás.
Mas a vontade de continuar e seguir em frente é cada vez maior.
Tudo isto não é mais que um mero desabafo, posso garantir.
A vida vai continuar, eternamente e em constante mudança. Sinto-me insignificante demais para querer deixar de viver, ou mesmo querer que a vida me recompense de algum estranho equívoco do destino.
O que eu vivi durante quase 5 anos foi mais do que muita gente viveu vidas inteiras.
Sinto por isso uma estranha felicidade dentro de mim, apesar de tudo pelo que passei nos últimos meses.
E de tudo o que ainda vive e morre dentro de mim todos os dias.
Talvez ainda venha a encontrar um porto de abrigo onde me sentirei novamente seguro. Um lugar onde poderei baixar as velas ao final do dia, apreciar o pôr-do-sol, e sorrir espontaneamente à brisa fresca que me levou de volta a casa.
Um dia voltarei a sentir a emoção de fazer alguém feliz.

Friday, June 22, 2007


Porque é que sempre que parece que o sol vai brilhar, vem uma nuvem e tudo volta a ficar negro?

Tuesday, June 19, 2007


"E no entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida,
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz"


(Vinícius de Moraes - Ausência)

Sunday, June 17, 2007

Não aguento mais esconder.
Confesso..
Admito..
Tenho que dar o braço a torçer...
Mas... hoje estou mesmo a precisar de um abraço forte..
Um sorriso..
Um piscar de olhos..
Ou mesmo um simples acenar de mãos.
Acho que vou fazer um daqueles cartazes que dizem "Free hugs" e vou para o meio do Rossio. Se conseguir fazer alguém sorrir já fico contente.
Reconheço que hoje estou mesmo a precisar de um carinho... de dar ou receber, não importa.

Thursday, June 07, 2007

Hoje parto para mais uma semana interminável de trabalhos no campo. Para mim, esta vai ser uma semana que começa hoje e terminará só na próxima quinta-feira.
Andarei pelas margens do Douro, mas não serão ainda as vindimas a razão da minha ausência.
Voltarei logo que possa, talvez com algumas histórias para contar e com toda a certeza que esta será mais uma etapa a ultrapassar com sucesso.
Desejo já um bom fim de semana a todos.
Até já...

Wednesday, June 06, 2007


Como não sei o email de todos os que por aqui passam, deixo aqui dois links para partilhar esta pequena conquista. O destaque só tem efeito durante o dia de hoje, uma vez que todos os dias há uma fotografia diferente em destaque. Este é o resultado de um simples desafio fotográfico, ao qual atribuiram o primeiro prémio a esta fotografia.
Esta foto já a tinha usado aqui, neste post.

Tuesday, June 05, 2007

DIA MUNDIAL DO AMBIENTE





Três wallpapers dignos de umas Terras de Brumas encantadas, para comemorar o Dia Mundial do Ambiente.
A última imagem foi tirada hoje, às 6:15 da manhã, um cenário perfeito para abraçar e dar os bons dias a este dia especial.
Se gostarem, podem enviar a quem quiserem, as fotos foram tiradas por mim e têm a minha autorização
:)

Friday, June 01, 2007


Sentei-me à beira mar.
De olhos postos na brisa amena, deixei a maresia dançar ao sabor do meu pensar, tomando a forma da minha presença.
Impregnei-me daquela dança durante tantas ondas quantas sempre me pareceram existir.
Deixei-me ficar, como se nada me pudesse mover daquele lugar. Pressenti que era ali que devia estar, naquele tempo e naquele lugar.
Reparo depois numa onda de espuma fluorescente, espraiou-se ao meu redor e disse:
-Venho aqui buscar essa parte de mim, esse bocado de mar que guardas no canto dos teus olhos, esse oceano que vem de dentro de ti.
Olhei para ela e reconheci aquela presença de há muitas marés, tantas quantas sempre pensei existir. A voz era meiga, macia como as algas que cobriam as rochas perto de mim. Senti o toque de uma carícia, como há muito não sentia. Tudo me pareceu como sempre foi, mesmo antes de tudo o ser.
-Não precisarás guardar mais esse oceano dentro de ti – insistiu a onda, envolvendo-me agora num abraço comovido, como nunca antes tinha sentido.
Continuei sem me mexer, sabia que nada podia fazer. Fechei os olhos por momentos, sentindo que nada podia deter aquele gotejar de mim próprio, como o caminhar de um rio que sabe pertencer ao próprio mar.
Por fim, já afastando-se, a onda disse:
-Tu e eu somos feitos do mesmo oceano, o mesmo ondular. És o tudo e o nada onde tudo pode ser, onde tudo pode existir.
Deixei de sentir o pesar e o vazio, dilui-me naquele sentimento apaziguado de liberdade. Senti-me mar e fogo, luz e sombra, tempo e espaço.
A onda recuou finalmente, sorrindo, enquanto mergulhava em si própria. Senti como se mergulhássemos juntos num oceano sem fundo nem superfície.
Guardei a certeza da nudez daquele lamentar, não precisaria mais daquelas lágrimas, deitei-as todas ao mar.