Saturday, November 24, 2012

Há dias que ler-te e sentir-te custa mais que outros. Hoje é esse dia. Todos estes dias, até ao nosso re-excontro marcado.

Tuesday, July 31, 2012

Tuesday, May 29, 2012


"... Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência..."

(Sophia de Mello Breyner Andersen)  

Tuesday, April 03, 2012



Sinto o brilho do teu olhar na minha alma.

Monday, October 24, 2011



"Entre nós não há pesos nem amarras e o silêncio não quer dizer ausência, apesar da ausência reinar nos nossos dias."
(Margarida Rebelo Pinto)

Tuesday, June 21, 2011


Vesti-me de espuma e voltei ao mar, de onde nunca deveria ter saído.

Wednesday, November 24, 2010


Tenho saudades dos caminhos que faziamos de mão dada.

Tuesday, November 24, 2009


Ai este tempo que tanto doi a passar...

Saturday, January 10, 2009


Dois amantes felizes não têm fim nem morte, nascem e morrem tanta vez enquanto vivem, são eternos como é a natureza.

(Pablo Neruda)

Monday, November 24, 2008

A cada dia que passa, sinto-me mais junto de ti

Thursday, May 29, 2008

Monday, December 03, 2007


Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta --- por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.

Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.

E dormem mil gestos nos meus dedos.

[...]

Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.

E de novo caminho para o mar.


(Sophia de Mello Breyner Andersen)

Saturday, November 24, 2007

Faz hoje um ano...

24-Nov-2006 13:08
M: Tenho saudades de olhar para a tua cara de manhã, quando acordas. [...] Beijo.

[...]
24-Nov-2006 15:45
Z: Estou preocupada com a casita... Daqui a uma hora e meia levantamos voo, mas estou a achar o tempo muito nublado para vermos bem o percurso. Tenho medo. Bj

24-Nov-2006 15:50
M: Não tenhas. [...] Vai correr bem, vais estar protegida. Chuva de beijos.

24-Nov-2006 16:44
M: Ainda estas em terra? [...] E ja é noite. Vôo contigo se quiseres voar comigo. Beijo.

24-Nov-2006 16:47
M: Já percebi que ainda não voaste (mensagem foi entregue). [...] Beijo para derreter glaciares.

24-Nov-2006 16:52
M: Estou a pensar que não vais ter rede para onde vais e se calhar não podemos falar nos próximos dias. Tenho saudade da tua voz. Achas que te posso ligar?

24-Nov-2006 16:58
Z: Estamos à espera que nos venham buscar para o avião, mas voltamos a terra, à mesma cidade (coihaique), em quatro ou cinco horas. Nessa altura ligo e conto tudo. Achas bem?

24-Nov-2006 17:02
Z: E amanhã ligo outra vez que ainda aqui estamos. Voa comigo, eu levo-te. Prepara-te para sentir. Sim? Estamos a ir. Beijo com emoção.

24-Nov-2006 17:05
M: Sim. Pensei que iam ficar mais tempo. Depois conta tudo. Acho que vou dormir um pouco, ardem-me os olhos. Assim posso sonhar que estou ai também. Beijo grande.

25-Nov-2006 03:30
M: Estou preocupado, acho que ja devias ter voltado ha muitas horas e ainda nao deste sinal. Espero que estejas bem. Beijo com saudades.

25-Nov-2006 08:09
M: Decididamente algo correu mal [...]. Disseste que demoravam 4 ou 5 horas e já passaram 15. Nao sei o que pensar...

Thursday, November 15, 2007


Não é todos os dias que alguém comemora 100 primaveras, a vender saúde (como se pode ver nesta fotografia tirada há um mês) mas principalmente com uma frescura mental de fazer inveja aos mais novos.
Todos os dias me surpreendo e aprendo com a minha avó Luz, desde os conselhos mais simples do dia a dia, conselhos que a maior parte das vezes são para guardar para a vida, às histórias passadas que ela viveu e tem tanto prazer em partilhar, sempre com um sorriso meigo. E nunca repete duas vezes a mesma história, além de se lembrar sempre do nome dos protagonistas dessas histórias, dos sítios e até das datas.
Parabéns avózinha!!!

Friday, November 09, 2007


Anda, vem. Dá-me a tua mão.
Vamos nesta viagem. Desta vez vamos juntos.
Não te largo a mão.
Nunca mais te largo a mão.

Wednesday, October 24, 2007


Nunca é tarde para içar as velas
Nunca é tarde para continuar a viver
Nunca é tarde para não dizer
Que o agora nunca é tarde

Friday, October 05, 2007


(Mont Saint Michel - Bretanha, 2002)

Para ler todos os dias:

"Posso ter defeitos, viver ansioso
e ficar irritado algumas vezes mas
não esqueço de que minha vida é a
maior empresa do mundo, e posso
evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale
a pena viver apesar de todos os
desafios, incompreensões e períodos
de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e tornar-se um autor
da própria história. É atravessar
desertos fora de si, mas ser capaz de
encontrar um oásis no recôndito da
sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã
pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios
sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma
crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou
[re]construir
um castelo…


(Fernando Pessoa)

Monday, September 17, 2007


Estás aqui perto de mim
Embora não te oiça
Voltarei ao silêncio
De uma existência sem fim
Sentindo apenas o arrepio
No abraço da maresia
Neste outro lado da vida
Uma vida que mal te viu

Friday, August 17, 2007


Quando for grande quero ser uma partícula de poeira...

Wednesday, July 18, 2007


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.


(Carlos Drummond de Andrade)

Wednesday, July 11, 2007


Gosto de brincar contigo.
Como sempre fomos, duas almas feitas de meninice...
E gosto mais ainda quando te toco e tu sorris.
Como sempre foi e sempre será.
Estás sempre à distância de um piscar de olhos ou de um sorriso cigano.

Thursday, June 28, 2007


A semana ainda não terminou para mim, está a ser a maior semana de trabalho da minha vida, uma semana que leva já 21 dias ininterruptos. E não dá sinal de abrandar.
O cansaço, os milhares de quilómetros percorridos e os sucessivos obstáculos nos trabalhos preenchem cada músculo do meu corpo. Até o olhar me pesa. Já me esqueço dos nomes de pessoas próximas, paro cada vez com mais frequência para dormitar uns minutos nas áreas de serviço, os movimentos do meu corpo tornam-se cada vez mais estranhos. Sinto-me deformado com a exaustão.
Quando finalmente chego a casa, a sensação é a mesma quando paro num parque de estacionamento qualquer, a altas horas da noite ou a meio da tarde, para dormir uma hora encostado ao volante. Um local de passagem e descanso breve.
E sinto um anormal conforto por tudo isto, pela fuga do pensar do que eu antes era, de tudo o que eu pensava existir na minha vida há alguns meses atrás.
Mas a vontade de continuar e seguir em frente é cada vez maior.
Tudo isto não é mais que um mero desabafo, posso garantir.
A vida vai continuar, eternamente e em constante mudança. Sinto-me insignificante demais para querer deixar de viver, ou mesmo querer que a vida me recompense de algum estranho equívoco do destino.
O que eu vivi durante quase 5 anos foi mais do que muita gente viveu vidas inteiras.
Sinto por isso uma estranha felicidade dentro de mim, apesar de tudo pelo que passei nos últimos meses.
E de tudo o que ainda vive e morre dentro de mim todos os dias.
Talvez ainda venha a encontrar um porto de abrigo onde me sentirei novamente seguro. Um lugar onde poderei baixar as velas ao final do dia, apreciar o pôr-do-sol, e sorrir espontaneamente à brisa fresca que me levou de volta a casa.
Um dia voltarei a sentir a emoção de fazer alguém feliz.

Friday, June 22, 2007


Porque é que sempre que parece que o sol vai brilhar, vem uma nuvem e tudo volta a ficar negro?

Tuesday, June 19, 2007


"E no entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida,
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz"


(Vinícius de Moraes - Ausência)

Sunday, June 17, 2007

Não aguento mais esconder.
Confesso..
Admito..
Tenho que dar o braço a torçer...
Mas... hoje estou mesmo a precisar de um abraço forte..
Um sorriso..
Um piscar de olhos..
Ou mesmo um simples acenar de mãos.
Acho que vou fazer um daqueles cartazes que dizem "Free hugs" e vou para o meio do Rossio. Se conseguir fazer alguém sorrir já fico contente.
Reconheço que hoje estou mesmo a precisar de um carinho... de dar ou receber, não importa.

Thursday, June 07, 2007

Hoje parto para mais uma semana interminável de trabalhos no campo. Para mim, esta vai ser uma semana que começa hoje e terminará só na próxima quinta-feira.
Andarei pelas margens do Douro, mas não serão ainda as vindimas a razão da minha ausência.
Voltarei logo que possa, talvez com algumas histórias para contar e com toda a certeza que esta será mais uma etapa a ultrapassar com sucesso.
Desejo já um bom fim de semana a todos.
Até já...

Wednesday, June 06, 2007


Como não sei o email de todos os que por aqui passam, deixo aqui dois links para partilhar esta pequena conquista. O destaque só tem efeito durante o dia de hoje, uma vez que todos os dias há uma fotografia diferente em destaque. Este é o resultado de um simples desafio fotográfico, ao qual atribuiram o primeiro prémio a esta fotografia.
Esta foto já a tinha usado aqui, neste post.

Tuesday, June 05, 2007

DIA MUNDIAL DO AMBIENTE





Três wallpapers dignos de umas Terras de Brumas encantadas, para comemorar o Dia Mundial do Ambiente.
A última imagem foi tirada hoje, às 6:15 da manhã, um cenário perfeito para abraçar e dar os bons dias a este dia especial.
Se gostarem, podem enviar a quem quiserem, as fotos foram tiradas por mim e têm a minha autorização
:)

Friday, June 01, 2007


Sentei-me à beira mar.
De olhos postos na brisa amena, deixei a maresia dançar ao sabor do meu pensar, tomando a forma da minha presença.
Impregnei-me daquela dança durante tantas ondas quantas sempre me pareceram existir.
Deixei-me ficar, como se nada me pudesse mover daquele lugar. Pressenti que era ali que devia estar, naquele tempo e naquele lugar.
Reparo depois numa onda de espuma fluorescente, espraiou-se ao meu redor e disse:
-Venho aqui buscar essa parte de mim, esse bocado de mar que guardas no canto dos teus olhos, esse oceano que vem de dentro de ti.
Olhei para ela e reconheci aquela presença de há muitas marés, tantas quantas sempre pensei existir. A voz era meiga, macia como as algas que cobriam as rochas perto de mim. Senti o toque de uma carícia, como há muito não sentia. Tudo me pareceu como sempre foi, mesmo antes de tudo o ser.
-Não precisarás guardar mais esse oceano dentro de ti – insistiu a onda, envolvendo-me agora num abraço comovido, como nunca antes tinha sentido.
Continuei sem me mexer, sabia que nada podia fazer. Fechei os olhos por momentos, sentindo que nada podia deter aquele gotejar de mim próprio, como o caminhar de um rio que sabe pertencer ao próprio mar.
Por fim, já afastando-se, a onda disse:
-Tu e eu somos feitos do mesmo oceano, o mesmo ondular. És o tudo e o nada onde tudo pode ser, onde tudo pode existir.
Deixei de sentir o pesar e o vazio, dilui-me naquele sentimento apaziguado de liberdade. Senti-me mar e fogo, luz e sombra, tempo e espaço.
A onda recuou finalmente, sorrindo, enquanto mergulhava em si própria. Senti como se mergulhássemos juntos num oceano sem fundo nem superfície.
Guardei a certeza da nudez daquele lamentar, não precisaria mais daquelas lágrimas, deitei-as todas ao mar.

Wednesday, May 30, 2007


Entry: 16 (guestbook)
Time: Fri Jan 28, 2005 09:05pm
Name: MJM
City:
Message:
'Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
- a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.'
De 'O Poema', Herberto Helder. O teu universo. Beijo.

Monday, May 28, 2007


Misturar prazer com trabalho... posso dizer que me sinto felizardo no campo profissional. Fotografar sempre foi a minha paixão, embora só me dedique à fotografia a tempo inteiro desde há 5 anos a esta parte. Mas sempre me deu muito prazer, desde o acordar às 3 da manhã para ir fotografar um nascer-do-sol a 250Km de distância, aos trabalhos mais chatos, se é que lhes posso chamar assim. Além do surf e do parapente, é outro dos meus refúgios para o espírito nestes últimos meses. E quase tudo na fotografia me dá prazer, posso mesmo afirmar com toda a convicção que essa paixão continua a crescer de dia para dia.
Este sábado fui fotografar um casamento, que sempre foi um dos trabalhos que disse que nunca fazia, a não ser o dos amigos. E para os amigos faço-o com todo o prazer do mundo. Mas neste casamento não conhecia ninguém, ném os próprios noivos. E pela primeira vez fui com o espírito de me divertir a fotografar durante as horas intermináveis que ía durar toda a cerimónia. Afinal de contas, fotografar é o que eu mais gosto de fazer, por isso não podia ser assim tão mau.
O resultado foi um novo grupo de amigos, que a partir de uma certa hora (provavelmente depois de muitas garrafas de champagne vazias) me consideraram também convidado e amigo... e zás, toca de roubar a máquina ao fotógrafo, que também tem que aparecer nas fotografias.
Foram 12 horas de trabalho que passaram entre um flash e o outro...
Ahhh... e juro que não bebi. É que às 4 da madrugada ainda tinha 130Km para fazer de volta à minha caminha.

Thursday, May 24, 2007


Hoje o tempo não tem mais importância.
Não fará mais sentido contar o tempo pelos dedos, nem o passado nem o futuro.
Deitei fora as horas, os dias e os meses, atirei-os ao mar e fiquei a olhar o tempo a afundar para dar lugar a uma nova consciência do tempo. Tudo o que o tempo significa para mim a partir de hoje é o agora. Passarei a olhar para o agora sem limite, sem prazo nem dimensão. Não haverá mais lugar ao antes nem ao depois, ao nunca nem ao sempre.
Passarei simplesmente a existir fora daquele tempo traiçoeiro.

Wednesday, May 23, 2007

Sabemos que a vida está directamente relacionada com a qualidade da água.
As fotografias e as informações neste pequeno video retirado do "What the bleep do we know", reflectem o trabalho de Masaru Emoto, um investigador japonês, criativo e visionário, que publicou já dois livros importantes: "A Mensagem da Água" e "A Vida Secreta da Água".
Depois das suas descobertas e pesquisas mundiais, se houver ainda alguma dúvida que os nossos pensamentos afectam praticamente tudo, dentro e fora de nós, com as informações e fotografias apresentadas por este cientista, essas dúvidas desaparecem e a nossa maneira de pensar muda radicalmente.
Terá a água uma mensagem tão importante para todos nós?



Miraculous messages from water

Thursday, May 17, 2007

Chego mais uma vez a casa, exausto.
O silêncio é o mesmo.
O vazio continua igual.
A ausência está em todos os cantos da sala e do quarto.
Acendo a luz e olho à minha volta, mas este olhar ainda pesa tanto.
Os teus CDs preferidos pedem-me para serem tocados, desejosos de te verem dançar.
Os teus livros olham-me nos olhos, ansiosos pelos teus olhos.
E eu, tenho saudades de matar a saudade quando chegava a casa.
O regresso ao fim do dia parece nunca ter fim. É como olhar para a linha do horizonte e querer tocar-lhe. Ali tão perto e tão infinita...
Depois, sento-me apenas no sofá e fecho os olhos. Sinto a (tua) eternidade a passar os dedos pelos meu cabelo, mais um beijo na testa e uma carícia nas costas da mão.
E adormeço ali, mais uma vez... exausto.

Thursday, May 10, 2007


Este céu passará e então
teu riso descerá dos montes pelos rios
até desaguar no nosso coração
(Ruy Belo)

Monday, May 07, 2007

A vida segue dentro de momentos...

Sunday, April 29, 2007


Faz hoje um ano era assim o deserto...
Mas o deserto mudou, está mais deserto que nunca.
Um dia hei-de construir um oásis maior que o próprio deserto.

Tuesday, April 24, 2007

Faz hoje 5 meses que tudo mudou na minha vida, que partiste para aquela parte incerta, com um simples estalar de dedos...
Hoje prometi que não me irias ver uma única lágrima. Não que queira ou me esteja a afastar de ti, antes pelo contrário.
Mas hoje serei mais forte que a vida e a morte juntas.
Não apenas hoje, mas amanhã também.
E no dia seguinte e sempre.
Guardo-te em mim como o meu maior tesouro.
Sorrio para a vida.

Sunday, April 22, 2007


Voltei... esta viagem deixou-me completamente exausto.
Muito trabalho para pouco tempo, poucas horas de sono para tanto cansaço, e com tantos gigantes para derrubar pelo caminho.
A partida foi o que se esperava, pelas razões que já descrevi.
A chegada não foi diferente, por saber que não tinha o teu calor à minha espera, o teu sorriso sempre ansioso, o teu beijo sempre tão desejado...
Tenho ainda o corpo dormente, a cabeça sinto-a como uma estrela gigante em colapso...
Mas sei que venci esta batalha. Enfrentei e derrotei todos os demónios que encontrei pela frente, um a um.
E sinto-me agora mais forte por isso.
Voltei de mais uma batalha, mas a guerra, essa ainda está para durar.

Thursday, April 19, 2007

Pior que ter que entrar num avião é ter que passar pelo átrio e pelas escadas do aeroporto, onde te abracei e beijei, senti o calor da tua respiração e o cheiro da tua pele, pela última vez...
Onde te vi pela última vez, e me disseste "Volto já..."
Depois fiquei ainda algum tempo a ver-te a afastar, a olhares várias vezes para trás, a mandares mais um beijo, e mais outro... até desapareceres no topo daquelas escadas rolantes e perderes-te no meio daquela multidão descolorida.
Lembro-me cada segundo desses momentos e cada momento desses segundos.
E do aperto no coração que senti quando deixei de te ver.
Pela primeira vez em muitos anos, vou embarcar numa viagem e tu não vais estar lá para me desejares boa viagem e o habitual "Porta-te bem... vou estar aqui sempre à tua espera!"
Amanhã vai ser doloroso, fazer esse mesmo caminho onde te olhei nos olhos pela última vez.
E ainda há tanto caminho a percorrer...

Friday, April 13, 2007


O verdadeiro poema da vida é o milagre de um novo ser.
Este é o Frederico (Fred por vontade do mano Sebastião), fotografado com algumas horas de vida e uns saudáveis 3,050Kg.
Parabéns, maninha...

Sunday, April 08, 2007


Espera-me uma semana intensa de curvas e contra-curvas, centenas de quilómetros de estradas e muitos clicks pelo meio. Vou andar entre o Algarve e o norte, muito no norte. Estar assim ocupado com tanto trabalho é bom, embora cansativo. As viagens é que custam mais a digerir, uma vez que o cérebro não está tão ocupado com os assuntos do momento e começa a viajar no tempo. A solidão na estrada também parece ser mais intensa, por isso uns bons CDs de música serão a minha única companhia.
Voltarei aqui, a este refúgio de brumas dentro de alguns dias... até lá...

Monday, April 02, 2007

Voltei a sonhar... e a lembrar-me do sonho como se fosse tão real como a saudade e a dor que insiste em não abrandar. Desde aquele dia que me levaram até ti que não te sonhava. Hoje voltei a esse estado semi-consciente da tua presença.
Embora me sinta apaziguado com as tuas visitas mais ou menos constantes, assusta-me apenas a normalidade destes sonhos contigo, cenas tão banais, como se tudo continuasse na mesma.
E será que alguma coisa mudou mesmo?... Ou o simples desejo que algo ainda seja possível, alguma nesga de felicidade nesta vida incerta, me faz pensar que tudo em mim é normal, tudo continua a ser como antes de te conhecer.

Thursday, March 29, 2007


Procuro despir-me do que aprendi..
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram..
Raspar a tinta com que me pintaram os sentidos..
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras..
Desembrulhar-me..
e ser eu..


(Alberto Caeiro)

Saturday, March 24, 2007


Quanto tempo demora o tempo a passar
Quanto tempo demora um rio a desaguar
Quanto tempo ainda há para sonhar
Este tempo que tanto custa a pensar

Wednesday, March 21, 2007


No último Outouno perdi o medo de morrer.
Hoje, com a chegada da Primavera, perdi o medo de viver.

Saturday, March 17, 2007

Afinal fui eu quem seguiu a luz e eras tu que estavas à minha espera.
Acredito agora que a tua existência é uma passagem, onde apenas o tempo e a matéria não existem.

Wednesday, March 14, 2007


Segue a luz... estou aqui, espero-te sempre aqui.
Este é o nosso lugar mágico.
Segue sempre esta luz e irás encontrar-me.

Sunday, March 11, 2007

Hoje tive um sonho.
Foi um sonho bom demais para ser apenas um sonho.
Só sei que hoje não devia ter acordado.

Friday, March 02, 2007


Deixa-me olhar-te pássaro real
A saltitar nesta tarde esquecida
Como uma clara afirmação de vida
Mesmo porque esse teu corpo vale.

Que alguma coisa morre em cada qual
Leio-o nessa cabeça ao alto erguida
Mas tens a alegria extrovertida
De não sentir em ti o nosso mal.

Somos contemporâneos meu amigo
Por isso posso conviver contigo
Compartilhar o orgulho de estar vivo.

Eu penso e tu não pensas é que é certo:
Tu a saltar e eu aqui tão perto
A pensar que da morte não me privo.
(Ruy Belo - "Meditação Magoada")

Tuesday, February 27, 2007

Quando estamos a dormir, será possível sonhar que estamos acordados?
E se sonharmos que estamos a dormir e a sonhar, quando acordamos ainda estaremos a dormir?

Wednesday, February 21, 2007


A fila era longa. Esperei pacientemente e finalmente chegara a minha vez. Pousei a minha pequena mala no chão. Sabia que não ia precisar de muita coisa para aquela viagem, por isso estava leve.
-Queria uma bilhete para a Vida - pedi com alguma timidez.
-Só de ida, ou ida e volta?
-Ida e volta. Mas deixe a data de regresso em aberto, por favor. Obrigado.
E lá fui, com um entusiasmo como há muito não sentia.
Esta era uma viagem que queria fazer há tanto tempo.

Monday, February 19, 2007


Falar com o vento dá-me conforto. Sei que ele vai ter contigo e conta-te tudo o que lhe digo. O vento tem essa capacidade, vai a todos os lados. Ao lado de cá e ao lado de lá.
E também fala. Conta-me estórias e diz-me o que eu preciso ouvir, fala-me de ti.
Quando o sinto na cara ouço-o com atenção, e sinto-o como o teu abraço.
Sentir o vento é sentir o teu amor, é ficar envolvido nesta emoção de te reencontrar e de falar contigo.
E deixo-me levar assim, numa espécie de felicidade, a falar com o vento.

Wednesday, February 14, 2007


Hoje sinto-me assim... perdido numa terra de bruma.

Saturday, February 10, 2007


Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...

Não sabia que caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.

Assim tem sido sempre a minha vida, e
Assim quero que possa ser sempre --
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.


(Alberto Caeiro)

Tuesday, February 06, 2007

Emilie Simon - Désert


Em anexo fica a versão Désert dos Thievery Corporation.

Thursday, February 01, 2007


Parei as águas do meu sonho
para o teu o rosto se mirar
mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima a procurar...

os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar..
procurei-te...em vão... pela terra, perto do céu, sobre o mar...

se não chegas nem pelo sonho
porque insisto em te imaginar?

quando vierem fechar os meus olhos
talvez não se deixem fechar
talvez pensem que o tempo volta
e que vens...se o tempo voltar....

(Cecília Meireles - "Meu Sonho")

Saturday, January 27, 2007


Hoje o pôr-do-sol esteve bonito.
Não pelo sol ou pelas cores do céu. Nem mesmo pelos reflexos dourados no mar, aqueles que dançam ao ritmo das ondas.
Esteve bonito porque estavas ao meu lado. Estavas um pouco tímida ao princípio, mas aos poucos foste-te mostrando. Quanto mais te recordava, mais te sentia junto de mim.
Falei-te sobre memórias vívidas das nossas brincadeiras. Sobre as nossas surpresas, os bilhetes que deixávamos escritos, espalhados pela casa.
Lembrei-te dos nossos beijos ciganos e dos nossos Elfos. Das cervejas que bebíamos no terraço da casinha da Graça e de como ficavas hipnotizada a ver a lua a nascer por cima do Tejo.
Ainda temos tanto para partilhar, como este pôr-do-sol.
Tenho ainda tanto para te mostrar.
"Voa comigo, eu levo-te. Prepara-te para sentir". Esta foi a tua última mensagem, guardo-a no coração como um mandamento.
Enquanto houver memória estarei sempre ao teu lado.
Voaremos sempre juntos.

Wednesday, January 24, 2007


Dois meses, só queria voltar para trás dois meses.
Era só para te contar um segredo, um sonho que tive no futuro.

Tuesday, January 23, 2007

Lembro-me particularmente da nossa primeira dança, ao som dos Fairground Attraction.
Puxaste-me para a pista daquela discoteca já quase vazia.
Nunca me esqueci da letra, nem daquele momento...

[...]
"Life is too short to play silly games
I've promised myself I won't do that again.
It's got to be perfect
It's got to be worth it... yeah." [...]

A seguir beijaste-me, foi o nosso primeiro beijo. Foi como se tivesse sido atinjido por um raio.
Disse-te logo que acabavas de mudar a minha vida para sempre.
Para sempre!
Mal sabia o verdadeiro significado do que eu próprio estava a dizer.
Faz hoje cinco anos.

Foi um amanhecer tão bonito e tão efémero.

Thursday, January 18, 2007

[...]
"Chegou um tempo em que não adianta morrer,
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem."
[...]

(Carlos Drumond de Andrade - in "Os ombros suportam o mundo")

Monday, January 15, 2007

Há dias que ser nuvem até faz algum sentido.
Esvanecer-se, sem ninguém dar por isso, sem ninguém sentir a falta. Sem ser preciso tratar de certidões nem de fazer mudanças das coisas que ficam para trás. As recordações e as saudades serem suaves, aconchegantes como a brisa ao fim do dia.
Há dias que apetece mesmo ser nuvem.

Saturday, January 13, 2007


Devia morrer-se de outra maneira.
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol
a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos
os amigos mais íntimos com um cartão de convite
para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica
a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje
às 9 horas. Traje de passeio".
E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos
escuros, olhos de lua de cerimónia, viríamos todos assistir
à despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio.
"Adeus! Adeus!"
E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento,
numa lassidão de arrancar raízes...
(primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos... )
a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se
em fumo... tão leve... tão subtil... tão pólen...
como aquela nuvem além (vêem?) — nesta tarde de inverno
ainda tocada por um vento de lábios azuis...

(José Gomes Ferreira)

Friday, January 12, 2007


Estas viagens de trabalho, que faço pelo país, estão mais vazias. Infinitamente vazias. Quando regresso, o caminho já não faz sentido, já não tenho destino. As árvores viram-se de costas para a estrada, o céu estende-se no alcatrão, e as curvas parecem irmãs gémeas das rectas. Arrasto-me sem a noção do tempo nem da distância, quilómetros e quilómetros sem sentidos, nem únicos nem proibidos.
Não me lembro se ainda vou para lá ou se já estou de volta.
Depois olho para o banco ao meu lado e vejo-o ocupado, não existe vazio. São imagens de fotos em andamento, risos e sorrisos, olhares ingénuamente atrevidos, cruzados. São as conversas de grandes viagens nas pequenas viagens.
Agora vejo que é esse o meu sentido, o meu refúgio e destino final. É esse chegar a algum lado que está sempre ao meu lado.
Aquele infinito distante és tu, sempre ali, sempre tão perto.
Afinal já cheguei.
Afinal nunca parti.

Wednesday, January 10, 2007

Há 35 anos, precisamente a esta hora, nascia uma estrela, diferente de todas as outras. O mundo não voltou a ser igual.
Hoje não tenho a nova série do Seinfeld para te oferecer, nem uma televisão a preto-e-branco de campismo para pores na cozinha, nem sequer um livro do Tim Burton. O que eu te queria oferecer era um mundo inteiro, cheio de oceanos e montanhas, glaciares e lagos e ilhas com muita neblina. Desertos de areia fina e infindáveis pôr-do-sol. Queria oferecer-te dias de céu azul e noites de estrelas sorridentes, tardes inteiras de esplanada, passeios à beira Tejo, de mão dada e conversas vadias. Oferecia-te o meu coração para brincares, o meu olhar no teu olhar, o meu conforto no teu abraço infinito. Queria dançar contigo até à exaustão e ensinar-te a andar de bicicleta. E embrulhava tudo isto em papel de certeza-de-tudo-o-que-te-disse desde que te conheci.
Mas agora já tens tudo isso, e eu tenho a felicidade de ter feito parte da tua vida para te oferecer. Espero que gostes porque não aceitam trocas.

Tuesday, January 09, 2007


Esperava-te sempre ao final de mais um dia de trabalho.
Trepava para cima do frigorífico e ficava a olhar pela janela. Ali em cima conseguia ver melhor quando chegavas à Graça.
Esperava-te sempre, enquanto a ansiedade me encolhia o corpo, me tornava cada vez mais pequeno a cada minuto que passava e não te via chegar.
Nos meus olhos já crepitava o nosso reencontro, o nosso abraço beijado e as nossas conversas ao jantar.
Sabia que ias chegar nervosa, angustiada com o pensamento de não teres dado o teu melhor na redacção. Das discussões e dos mil-e-um obstáculos que enfrentavas em cada reunião e telefonemas que tinhas que fazer. E o que me dava mais prazer era saber que eu estaria ali, para ajudar-te a esquecer os teus maus momentos. Sempre soube que contavas comigo e eu gostei sempre de te fazer rir, sabia que isso alivia-te o stress. E a doçura do teu olhar renascia. Para mim, o meu dia começava aí de verdade, isso fazia-me feliz.
Esperava-te sempre, às vezes horas, e só quando chegavas é que eu me sentia em casa.
E voltava ao meu tamanho normal.